Crendice
“... e a luz se fez na sua memória.”
Gabriel Garcia Marques
É hora de mudança, renovação,
nascimento. Foi de uma mulher pura, virgem, sem o conhecimento das maldades do
mundo que o filho do homem se fez carne:
“Eis a escolha.”
De família pobre, não se demorou a ser
reconhecido pelos argumentos lançados aos doutores da política. Tornou-se o
escolhido:
“Eis a descoberta.”
Da adolescência, pouco se sabe.
Entretanto alguns estudiosos arriscaram em afirmar que para não o expor ao mundo,
seria necessário prepará-lo. Os professores de um país conturbado transferiram
conhecimentos.
“ Eis a preparação.”
Adulto junto com outros pobres aparece com
roupas simples, calçando alpercatas,
dominando a palavra. Palavra usada por metáforas, cuja interpretação àqueles de pouco conhecimento era cativante, desafiadora.
Eis a mensagem.”
A cada dia mais adeptos a
divulgarem a palavra: “diminuição da pobreza, eliminação da fome.”
“Eis
o porquê.”
Os especuladores, os que vivem da
exploração, os que visam lucros desenfreados,
“Eis o amanhã.”
A palavra voltada à geração de emprego,
produção, lucro. Estava afastada a hipótese de prejuízos. Os que não o
aceitavam cederam, recuaram. Apoiar a idéia?
“ Eis a dúvida.”
O Natal veio festivo; a árvore plantada
continuava a crescer tornando os galhos mais fortes, a copa mais sombria, as
flores e os frutos mais vigorosos; a distribuição foi farta; a estrela no topo
da árvore brilhava cada vez mais ao receber energia. Energia gerada por todos
aqueles que acreditaram.
“Eis a ilusão.”
Nos anos seguintes os acertos e
desacertos afastaram a esperança depositada.
“Eis a realidade.”
E o povo continuou no aguardo do
prometido.
“Eis a questão.”
* * *
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